Como psicólogo, você pode gerar diversos documentos complementares mantendo o sigilo e a ética profissional. Veja casos de uso práticos para documentação psicológica.
Caso de uso 1: Declaração de comparecimento
Situação
O paciente precisa comprovar que esteve em sessão sem revelar o motivo ou diagnóstico.
Como solicitar
Simples:
Gere uma declaração de comparecimento à sessão de psicoterapia de hoje, das 15h às 16h, sem mencionar diagnóstico ou motivo do atendimento
Com duração específica:
Gere uma declaração informando que o paciente esteve em sessão de psicoterapia por 50 minutos na data de hoje, para fins de justificativa de ausência ao trabalho
Caso de uso 2: Relatório psicológico
Situação
Você precisa elaborar um relatório técnico sobre o acompanhamento do paciente.
Como solicitar
Estruturado:
Gere um relatório psicológico incluindo:
- Identificação do paciente
- Motivo do encaminhamento/demanda inicial
- Recursos técnicos utilizados (entrevistas, testes aplicados se houver)
- Análise descritiva do caso
- Considerações finais
- Conclusão
Manter linguagem técnica mas acessível. Respeitar sigilo sobre conteúdo específico das sessões.
Para instituição:
Gere um relatório psicológico para a escola informando sobre o acompanhamento do aluno, incluindo:
- Período de atendimento
- Objetivo terapêutico geral (sem detalhes íntimos)
- Evolução observada
- Recomendações para o ambiente escolar
- Importância da continuidade do tratamento
Não incluir diagnósticos fechados ou detalhes de sessões
Caso de uso 3: Parecer psicológico
Situação
Solicitação de parecer técnico para fins específicos.
Como solicitar
Para o trabalho:
Gere um parecer psicológico sobre a capacidade do paciente de retornar ao trabalho após afastamento por questões de saúde mental.
Incluir:
- Resumo do acompanhamento (duração, frequência)
- Evolução clínica observada
- Condições psicológicas atuais
- Parecer técnico fundamentado
- Recomendações (se houver)
Manter ética profissional e sigilo
Para o processo judicial:
Gere um parecer psicológico para processo judicial (vara de família) sobre as condições emocionais do paciente e aptidão para guarda compartilhada.
Basear nas observações das sessões, mantendo imparcialidade técnica e fundamentação em critérios psicológicos adequados
Caso de uso 4: Relatório de evolução terapêutica
Situação
Documentar evolução para outro profissional da equipe (psiquiatra, neurologista) ou para o próprio paciente.
Como solicitar
Para médico psiquiatra:
Gere um relatório de evolução terapêutica para o médico psiquiatra do paciente incluindo:
- Tempo de acompanhamento psicológico
- Abordagem terapêutica utilizada (TCC, psicanálise, etc)
- Principais questões trabalhadas (sem expor conteúdo íntimo)
- Evolução observada no quadro clínico
- Adesão ao tratamento
- Sugestões de articulação entre psicoterapia e psicofarmacologia
Para o próprio paciente:
Gere um resumo terapêutico para o paciente levando para outro profissional (mudança de cidade) incluindo:
- Período de atendimento
- Demanda inicial
- Principais conquistas terapêuticas
- Temas ainda em processo
- Recomendações para continuidade
Caso de uso 5: Orientações terapêuticas por escrito
Situação
O paciente pediu orientações escritas sobre técnicas ou estratégias discutidas na sessão.
Como solicitar
Manejo de ansiedade:
Gere orientações práticas sobre técnicas de manejo de ansiedade discutidas na sessão de hoje:
- Técnica de respiração diafragmática (passo a passo)
- Exercício de grounding (aterramento)
- Identificação e questionamento de pensamentos ansiosos
- Quando usar cada técnica
- Lembretes importantes
Higiene do sono:
Gere orientações sobre higiene do sono para o paciente incluindo:
- Rotina antes de dormir
- Ambiente adequado
- Hábitos a evitar (telas, cafeína, etc)
- Técnicas de relaxamento
- O que fazer se acordar durante a noite
Regulação emocional:
Gere um guia de regulação emocional com:
- Identificação de emoções (nomear o que sente)
- Validação emocional (aceitar sem julgamento)
- Estratégias saudáveis de expressão
- Técnicas de autorregulação discutidas
- Quando procurar apoio
Caso de uso 6: Encaminhamento para outro profissional
Situação
Você identificou necessidade de avaliação ou intervenção de outro profissional.
Como solicitar
Para psiquiatra:
Gere um encaminhamento para avaliação psiquiátrica informando:
- Resumo do caso (sem violar sigilo excessivo)
- Sintomas observados que sugerem necessidade de avaliação médica
- Objetivo do encaminhamento (avaliação diagnóstica, possível medicação)
- Informações relevantes para a avaliação
- Compromisso de continuidade do acompanhamento psicológico em conjunto
Para neurologista:
Gere um encaminhamento para neurologista solicitando investigação de possíveis questões neurológicas observadas durante avaliação psicológica (dificuldades de atenção, memória, etc)
- Sintomas observados que sugerem necessidade de avaliação médica
- Objetivo do encaminhamento (avaliação diagnóstica, possível medicação)
- Informações relevantes para a avaliação
- Compromisso de continuidade do acompanhamento psicológico em conjunto
Caso de uso 7: Laudo psicológico
Situação
Solicitação formal de laudo para fins específicos (escolares, jurídicos, médicos).
Como solicitar
Gere um laudo psicológico para fins escolares incluindo:
- Identificação
- Descrição da demanda
- Procedimentos e técnicas utilizadas
- Análise dos resultados
- Conclusão
- Recomendações para o ambiente escolar
Caso de uso 8: Atestado de acompanhamento psicológico
Situação
Paciente precisa comprovar que está em tratamento psicológico.
Como solicitar
Gere um atestado confirmando que o paciente está em acompanhamento psicológico regular desde [data de início], com frequência semanal/quinzenal, sem mencionar diagnóstico ou detalhes do tratamento
Gere um atestado informando que o paciente está em processo terapêutico e necessita de flexibilização de horário no trabalho para comparecer às sessões semanais
Dicas específicas para psicólogos
Linguagem técnica mas acessível
Especialmente em documentos para pacientes ou não-psicólogos, peça linguagem clara.
Fundamentação ética
Em pareceres e laudos, sempre fundamente tecnicamente suas conclusões.
Revise sempre
Documentos psicológicos têm peso legal e ético. Revise cuidadosamente antes de assinar.
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