4 de dezembro de 2025

Terapia Celular mostra avanço na distrofia muscular de Duchenne

Estudo de fase 3 indica melhora significativa com terapia celular em distrofia muscular de Duchenne. Perspectivas na prática clínica.

Terapia Celular mostra avanço na distrofia muscular de Duchenne

Avanço inédito no tratamento da distrofia muscular

Um marco promissor acaba de emergir no cuidado da distrofia muscular de Duchenne (DMD): a Capricor Therapeutics anunciou que sua terapia celular, o deramiocel, demonstrou benefício clínico significativo em estudo de fase 3. Para profissionais de saúde no Brasil, essa notícia reabre o debate sobre a terapia celular distrofia muscular de Duchenne, especialmente após a recusa anterior da FDA por falta de evidências robustas, e aponta para um possível novo paradigma de manejo integrado da doença.

Nesta introdução, contextualizamos por que o resultado é relevante: além de ganhos em função muscular, o estudo traz sinais de preservação da função cardíaca em DMD, aspecto crítico dado o impacto da cardiomiopatia na sobrevida. A sinalização de potencial encaminhamento regulatório recoloca a terapia celular no centro das discussões sobre acesso, custo-efetividade e incorporação no SUS, tema sensível no país diante de entraves para terapias avançadas. Também amplia o diálogo sobre biotecnologia em doenças raras, indicando oportunidades de integração com a reabilitação neuromuscular e o cuidado multidisciplinar (ortopedia, fisiatria, nutrição, cardiologia e saúde mental).

Nas próximas seções, analisaremos os dados clínicos do estudo, as implicações para protocolos de prática (incluindo vigilância cardíaca e funcional), os desafios de acesso no Brasil e como equipes multiprofissionais podem se preparar para a eventual chegada do deramiocel à rotina assistencial.

Resultados clínicos: impacto da terapia celular em funções muscular e cardíaca

Dando sequência ao panorama da introdução, os dados de fase 3 com o deramiocel sugerem que a terapia celular distrofia muscular de Duchenne não apenas melhora a performance funcional, como também preserva parâmetros de função cardíaca em DMD — dois pilares críticos para sobrevida e qualidade de vida.

No desfecho motor, houve benefício clinicamente significativo em escalas funcionais validadas (p.ex., funções de membros superiores), compatível com a desaceleração do declínio esperado na doença. Em paralelo, a sinalização de preservação da função cardíaca em DMD (estabilidade de função ventricular e medidas de deformação/strain) reforça potencial de modificar a trajetória da cardiomiopatia. O conjunto de resultados, ao atingir objetivos primários, reabre a perspectiva de aprovação regulatória após a recusa prévia da FDA por evidência insuficiente.

Implicações práticas: (1) padronizar linha de base e seguimento com PUL/NSAA, avaliação respiratória e imagem cardíaca seriada (eco com strain e/ou RM a cada 6–12 meses); (2) alinhar infusões com fisioterapia e fisiatria para maximizar ganhos funcionais; (3) otimizar cardioproteção (IECA/ARA-II, betabloqueador, antagonista de mineralocorticoide) e vigilância de arritmias; (4) preparar serviços para infusão e manejo de reações infusionais. No Brasil, desafios de acesso exigem planejamento: centros de referência, registros de mundo real, diálogo com Anvisa/Conitec e modelos de acesso administrado. Para equipes multiprofissionais, o deramiocel sinaliza uma nova fronteira de biotecnologia em doenças raras, integrando reabilitação, nutrição e saúde mental a uma abordagem potencialmente modificadora da doença.

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Avanço da terapia celular na distrofia muscular de Duchenne

Em um campo historicamente limitado a medidas paliativas, um novo sinal de mudança ganha força: a Capricor Therapeutics reportou resultados positivos de fase 3 com o deramiocel, reposicionando a terapia celular distrofia muscular de Duchenne como candidata a transformar o cuidado. Ao demonstrar benefício clínico em função muscular e sinais de preservação cardíaca — eixo determinante de sobrevida na DMD — o capricor therapeutics deramiocel reacende a perspectiva de aprovação regulatória após a recusa prévia da FDA por evidências insuficientes.

Para profissionais no Brasil, trata-se de um tratamento inovador distrofia muscular com impacto potencial em linhas de cuidado que integram ortopedia, fisiatria, cardiologia, pneumologia, nutrição e psicologia. Se confirmada a incorporação, serviços precisarão ajustar protocolos de avaliação funcional e cardíaca, planejar infraestrutura de infusão e fortalecer o seguimento multiprofissional, com atenção à adesão e à educação do paciente e família — especialmente no contexto da reabilitação doenças raras e dos desafios de acesso no SUS e na saúde suplementar.

O que vem a seguir neste artigo: detalharemos os principais achados do estudo de fase 3 (HOPE-3) com ênfase nos desfechos funcionais e cardíacos, discutiremos implicações práticas para protocolos de manejo e vigilância, e abordaremos perspectivas regulatórias e de acesso no Brasil, preparando as equipes para a eventual chegada do deramiocel à rotina assistencial.

Resultados do estudo HOPE-3 com Deramiocel: eficácia e impacto clínico

Como adiantado na introdução, os dados de fase 3 reforçam que a terapia celular distrofia muscular de Duchenne pode alterar o curso clínico da doença. No HOPE-3 (randomizado, duplo-cego, controlado por placebo; ~12 meses; n≈105), o deramiocel demonstrou desaceleração de cerca de 54% na progressão funcional versus placebo e preservação significativa da função cardíaca, com manutenção da fração de ejeção do ventrículo esquerdo ao longo do seguimento. Esses achados, alinhados ao foco em sobrevida e qualidade de vida, são particularmente relevantes para pacientes não deambulantes, nos quais a manutenção de função de membros superiores e a cardioproteção determinam autonomia e segurança.

Para a prática clínica, o capricor therapeutics deramiocel, enquanto tratamento inovador distrofia muscular, demanda protocolos integrados:

  • Avaliação padronizada em linha de base e seguimento com PUL/NSAA, espirometria e vigilância cardíaca (eco com strain e/ou RM a cada 6–12 meses).
  • Coordenação de infusões com fisioterapia/fisiatria e educação de paciente-família, articulando-se com a reabilitação doenças raras para maximizar função e adesão.
  • Otimização de cardioproteção (IECA/ARA-II, betabloqueadores, antagonistas de mineralocorticoide) e preparo para possíveis reações infusionais.

Em termos regulatórios, os resultados “topline” sustentam nova aproximação às agências. A empresa sinaliza resposta à FDA com os dados do HOPE-3; no Brasil, um dossiê para Anvisa e avaliação pela Conitec exigirão evidências de efetividade e custo-efetividade, além de estratégias de acesso gerenciado, centros de referência e registros de mundo real — preparando o caminho para incorporação segura e equitativa.

O futuro da reabilitação e manejo de pacientes com Duchenne

Os sinais positivos do HOPE-3 consolidam uma mudança de rota: se a terapia celular distrofia muscular de Duchenne confirmar o benefício funcional e cardíaco reportado, entramos na era da modificação de curso com impacto direto na reabilitação e na sobrevida. Em continuidade aos achados descritos acima, o capricor therapeutics deramiocel pode se integrar ao cuidado padrão, potencializando fisioterapia/fisiatria e cardioproteção, com ganhos práticos para autonomia dos pacientes — sobretudo não deambulantes.

Próximos passos regulatórios e de acesso no Brasil incluem submissão à Anvisa, avaliação de custo-efetividade pela Conitec, definição de centros de referência, modelos de acesso gerenciado e implementação de registros de mundo real. Desafios previstos: logística de infusão, capacitação de equipes, farmacovigilância, financiamento e equidade regional. Para equipes de reabilitação doenças raras, o foco será alinhar o tratamento inovador distrofia muscular a protocolos funcionais e de vigilância cardíaca/respiratória.

Para aplicar agora:

  • Padronizar linha de base e seguimento (PUL/NSAA, espirometria, eco com strain/RM a cada 6–12 meses).
  • Preparar infraestrutura de infusão e manejo de reações; treinar equipe multiprofissional.
  • Integrar fisioterapia/fisiatria, cardiologia, pneumologia, nutrição e psicologia, coordenando sessões pós-infusão.
  • Manter terapias padrão (corticoides e cardioproteção) e critérios de elegibilidade claros; coletar PROMs e dados de mundo real.

Se confirmada a aprovação, a incorporação responsável passará por diretrizes nacionais atualizadas, centros habilitados e cuidado centrado no paciente, sustentando resultados e acesso justo.

Fonte: https://ir.capricor.com/news-releases

Escrito por
Dr. Marcos Ladeira
Dr. Marcos LadeiraOrtopedista e Traumatologista
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