Gene terapia: desafios em doenças ultra-raras no Brasil
Descubra os desafios e oportunidades da gene terapia para doenças genéticas ultra-raras e o impacto no acesso a tratamentos inovadores.

Doenças genéticas ultra-raras representam desafios significativos para a medicina moderna: sua baixa prevalência dificulta diagnóstico, acompanhamento e tratamento, enquanto o impacto para pacientes e famílias é profundo. A gene terapia em doenças ultra-raras surge como promessa revolucionária, permitindo a correção de alterações genéticas antes incontroláveis. Entretanto, questões como o alto custo, a complexidade tecnológica e a limitação de investimento em saúde têm freado o avanço dessas soluções. Neste contexto, este artigo explora as barreiras, oportunidades e o papel crucial de políticas públicas em doenças raras, ampliando a discussão para equipes multidisciplinares e gestores de saúde.
O investimento em gene terapia em doenças ultra-raras enfrenta obstáculos centrais, como custos elevados de desenvolvimento e fabricação das terapias gênicas, que podem ultrapassar milhões de dólares por paciente. O reduzido número de pessoas afetadas por doenças genéticas raras limita o potencial de retorno financeiro, tornando o investimento em saúde menos atrativo para a indústria farmacêutica e fundos privados. Adicionalmente, a visão dos investidores costuma priorizar terapias com maior mercado-alvo. No Brasil, desafios regulatórios e de acesso à tecnologia em saúde agravam a situação, exigindo políticas públicas em doenças raras mais robustas para promover avanços e equidade.
A restrição de financiamento em gene terapia em doenças ultra-raras compromete não apenas o desenvolvimento, mas principalmente o acesso de pacientes a tratamentos inovadores. No contexto brasileiro, a ausência de incentivos e recursos públicos adequados resulta em longas filas de espera, atrasos na incorporação de terapias gênicas e limitações para o acesso via SUS. Na prática, muitos pacientes com doenças genéticas raras ficam dependentes de judicialização ou de programas experimentais restritos, enquanto centros de referência encontram dificuldades para justificar e documentar plenamente a necessidade clínica. Esses obstáculos são agravados pela escassez de dados clínicos estruturados, dificultando políticas públicas em doenças raras e a integração da tecnologia em saúde para suporte à decisão.
A tecnologia em saúde desempenha papel determinante na gestão de pacientes com doenças genéticas raras, especialmente no contexto da gene terapia em doenças ultra-raras. Plataformas digitais, prontuários eletrônicos customizados e bancos de dados integrados facilitam o registro clínico detalhado e longitudinal, essenciais para justificar acesso a terapias gênicas inovadoras e otimizar políticas públicas em doenças raras. Ferramentas de telemedicina e sistemas de interoperabilidade ampliam a colaboração entre diferentes especialidades, permitindo decisões clínicas mais assertivas e acompanhamento remoto. Estudos recentes apontam que o uso de tecnologia pode reduzir o tempo de diagnóstico de doenças raras e melhorar a rastreabilidade clínica, impactando positivamente tanto o prognóstico quanto o investimento em saúde para essa população específica.
A superação das barreiras enfrentadas pela gene terapia em doenças ultra-raras exige o fortalecimento das políticas públicas em doenças raras e iniciativas de colaboração internacional. Experiências globais mostram que marcos regulatórios claros, incentivos fiscais para pesquisa e reembolso diferenciado aumentam a atratividade do investimento em saúde e aceleram a chegada de terapias gênicas inovadoras. A atuação de associações de pacientes e organizações de advocacy é crucial, aumentando a visibilidade das doenças genéticas raras e promovendo parcerias público-privadas. No Brasil, acordos de cooperação internacional e harmonização regulatória podem facilitar o acesso a medicamentos órfãos, enquanto o uso de tecnologia em saúde aprimora a integração de dados clínicos, subsidiando decisões políticas mais eficazes e inclusivas. Para equipes multidisciplinares, essas ações criam um ambiente propício à participação em estudos multicêntricos e ao desenvolvimento de protocolos assistenciais personalizados.
Diante dos desafios elencados, as perspectivas para o futuro da gene terapia em doenças ultra-raras no Brasil passam pela integração entre inovação, tecnologia em saúde e políticas públicas robustas. O fortalecimento do financiamento público e privado, a expansão do uso de prontuários eletrônicos interoperáveis e a participação em redes de colaboração internacional tende a acelerar o desenvolvimento e o acesso às terapias gênicas. Para profissionais de saúde, promover registros clínicos detalhados e engajamento multidisciplinar será essencial para justificar a inclusão e o custeio dessas tecnologias. O compromisso contínuo com a educação, advocacy e pesquisa é o caminho para transformar as oportunidades em realidade para pacientes com doenças genéticas raras.
Saiba mais em: https://endpoints.news/a-gene-therapy-pioneer-reckons-with-the-reality-for-ultra-rare-diseases/